Convidamos o dr. Victor Nudelman, pediatra e Diretor Clínico
do Hospital Israelita Albert Einstein, para responder as principais dúvidas dos
leitores do blog sobre esse assunto. Confiram o que ele nos disse!
1. Afinal,
quais os prejuízos que o uso excessivo pode causar?
No recém-nascido, se a chupeta for oferecida muito cedo,
quando a amamentação ainda não está bem estabelecida, pode levar a uma confusão
e acabar desestimulando o bebê a pegar o peito. Por isso, só lance mão dos bicos depois
de uns 15 ou 20 dias de vida da criança, quando já estiver mamando bem.
Depois, o abuso do acessório pode causar flacidez dos músculos da face, má formação
na arcada dentária, alterações na mordida e na postura da língua, o que pode
trazer prejuízos à fala, à respiração e à deglutição. Estudos mostram que o uso
prolongado também leva a otites de repetição.
Por isso acostume seu filho desde cedo a não abusar do
acessório. Ofereça somente para acalmá-lo naqueles momentos críticos ou só para
ajudá-lo a pegar no sono. Depois que ele adormecer, tire. E quando a criança
for maiorzinha, não deixe o biquinho bem acessível, pendurado na roupa,
por exemplo.
Nota do Fralda Justa: A fonoaudióloga Daniele Bernardes,
especialista em motricidade orofacial, lembra que em alguns casos os desvios
fonológicos infantis são causados pelo uso excessivo da bendita – e que esse
abuso pode até contribuir para o atraso da fala.
2. Qual a idade limite para tirar a chupeta?
O ideal seria retirar por volta de um ano de idade. Mas, se não
puder, não passe do segundo aniversário da criança.
3. Se a criança chupa o dedo, não é melhor dar a chupeta?
Com certeza! Até porque é muito mais fácil tirar o bico do
que eliminar esse hábito mais tarde. Mas atenção: não confunda o vício de
chupar o dedo com um pequeno prazer que a criança tem lá por volta dos três
meses de idade, quando ele se deleita ao sugar e lamber as mãozinhas. Isso não é
um problema!
4. Como faço para tirar a chupeta?
Não faça disso um trauma. Comece desestimulando o uso do
acessório, limitando os momentos e o número de horas que seu filho pode ficar com ela na boca. Tente restringi-los ao máximo. Depois converse com ele, explique
que já está ficando grandinho e combine uma data ou um momento para o dia D. Aí
cada caso é um caso: pode ser entregar para alguém, seja a uma pessoa ou ao Papai
Noel, ou oferecer algo em troca, um presentinho. Em qualquer caso, faça uma
grande comemoração!
Agora, é por essas que alguns pais preferem nem apresentar a chupeta ao filho. Nesses casos, nenhum drama. Se a mãe prefere assim e encontrou outros meios de acalmar o bebê que funcionam para ela e para o bebê, não há mal nenhum em passar sem a chupeta.
Agora, é por essas que alguns pais preferem nem apresentar a chupeta ao filho. Nesses casos, nenhum drama. Se a mãe prefere assim e encontrou outros meios de acalmar o bebê que funcionam para ela e para o bebê, não há mal nenhum em passar sem a chupeta.
5. Quais cuidados devo ter com o objeto?
Em primeiro lugar, opte por aqueles modelos ortodônticos,
que imitam o bico do seio. Para higienizar, não exagere na fervura. Isso acaba
danificando a borracha e permitindo a entrada de ar, o que facilita a formação de
fungos. Se ela estiver “chiando” como uma bexiguinha, já é hora de trocar. Lave
frequentemente com água e sabão, e enxágue muito bem.
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